quinta-feira, 15 de março de 2012

Marabá se mobiliza para cobrar a implantação da Alpa


Na próxima sexta-feira,16, às 19h, lideranças políticas e empresariais de Marabá vão se reunir com o objetivo de preparar um estrondoso ato público, no qual vão cobrar do governo em todas as suas esferas e, principalmente, da Vale, a implantação  da Aços Laminados do  Pará (Alpa), projetada para o Distrito  Industrial  de Marabá. Esta é  a segunda vez que os marabaenses se articulam para defender a  imediata implantação do  projeto. Em 2009, produziram um abaixo-assinado  com vistas a assegura o investimento anunciado pela empresa e prometido pelo governo. Agora, de acordo com o deputado João Salame, líder  do PPS na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), a mobilização  visa  avaliar todos os obstáculos à implantação  do projeto,orçado em R$ 350 milhões.

Tais obstáculos  são a derrocagem do Pedral do Lourenço,  no  rio Tocantins, para  viabilizar a hidrovia  ligando Marabá ao porto de Vila do Conde, em Barcarena, que custaria algo em torno de R$ 250 milhões. As eclusas do rio Tocantins, construídas a um custo elevado, não se justificam sem a essa derroagem.  Até agora, só 1% da produção do sul e sudeste do Pará  é escoado pelo Tocantins.  Outro  obstáculo  enumerado por Salame é  o  desvio da Transamazônica, que competiria ao governo do Estado,  como contrapartida. Ele tamém  inclui a desapropriação do Lote 11, para a implantação da planta industrial da usina,  como etapa a ser vencida já.  “Estamos com a sensação de que está havendo jogo de empurra  entre o governo e Vale e vamos exigir  uma definição, inclusive com relação á volta do  projeto para o âmbito  do PAC (Programa  de  Aceleramento do Crescimento), de  onde foi retirado pelo  governo federal  a quando dos cortes no orçamento geral da união”, disse João Salame.

Segundo o parlamentar, que discorreu sobre  o assunto no horário  do Grande Expediente  da Alepa, nesta quarta-feira 14, a sociedade marabaense não vai aceitar qualquer recuo  na  política de verticalização dos minerais de Carajás. “Se isso acontecer, vamos ter que dar andamento a  ações mais radicais, até que sejamos atendidos, porque não estamos pedindo nenhum favor nem à Vale nem ao governo”, advertiu Salame.

Segundo o deputado, o município de Marabá  já começa a sofrer as conseqüências do atraso na implantação do  projeto.  Milhares  de pessoas estão  acorrendo ao município, em busca de  oportunidade  de trabalho, o que acaba pressionando  o poder público  local com demandas para as  quais o municípios não está preparado.

MEMÓRIA
"Com projeto lançado oficialmente no dia 22 de junho de 2008, em Marabá, num evento que contou com a presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-governadora Ana Julia Carepa e do então presidente da Vale S.A, Roger Agnelli, a Aços Laminados do Pará (ALPA), tornou-se mais um dos muitos sonhos da espoliada população da região do sul e sudeste do estado do Pará que almeja tornar-se legitimamente no glorioso Estado do Carajás", diz o cabeçalho do abaixo-assinado de três anos  passados.
A siderúrgica terá capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas. A entrada em operação em caráter experimental da siderúrgica (alto forno, aciaria e laminação) estaria prevista para o final de 2013. A ALPA tem investimento estimado em R$ 5,8 bilhões, com geração de 16 mil empregos na fase de implantação. Na operação, deverão ser mais 5.300 empregos diretos e outros 16 mil indiretos. Após marchas, contramarchas e vários anúncios de que a ALPA não seria mais implantada em Marabá, inclusive com a declaração bombástica feita em 16 setembro de 2011 pelo vereador Nagib Mutran Neto, presidente da Câmara Municipal de Marabá,  de que a siderúrgica da Vale seria colocada à venda e seria implantada em Pacém, município do estado do Ceará e com a retirada da verba do Programa de Aceleração do Crescimento para as despesas do derrocamento do Pedral de São Lourenço no Rio Tocantins. Mais recentemente o próprio atual presidente da Vale, Murilo Pinto de Oliveira Ferreira reafirmou que a construção da ALPA em Marabá é uma decisão irreversível da empresa e que não está condicionada a conveniências de governos ou partidos políticos, afirmando textualmente: “Entendemos que esta é uma demanda da sociedade paraense e por isso estamos fortemente comprometidos com esse empreendimento”.
Agora, mais recentemente ainda, estão correndo rumores de  que a Vale vai implantar um siderúrgica a  40 quilômetros de São Luís do Maranhão, com capacidade instalada para produzir   um milhão de toneladas a mais do que a planta prevista para Marabá. Detalhe:  o minério sairá ele todo do Estado do Pará, onde devem  ficar só os buracos.
Na opinião de alguns empresários de  peso, se isto acontecer a  usina de Marabá ainda vai ficar no papel  por um bom tempo.  O que o deputado Salame  e, de resto,  toda a sociedade  de Marabá, temem  é que depois de tanta expectativa, a Alpa vá repetir a usina  de cobre, que seria implantada  na região   e acabou trocada por trinta mil casas populares que nunca   foram construídas.
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Abaixo-assinado pela implantação e início das operações para 2014 da siderúrgica Aços Laminados do Pará (ALPA), no Distrito Industrial de Marabá. Para assinar, clique aqui.

Um comentário:

  1. Tudo isso é verdade, mas também é verdade que a classe politica do Pará não representa nada no contexto da politica Nacional, devem todos pertencerem ao baixo clero, pois nada influenciam e só servem para aparecer nas paginas policiais.

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