sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Votar NÃO equivale a rasgar dinheiro em praça pública


“Votar NÃO contra a criação dos estados de Carajás e do Tapajós, por puro sentimentalismo tolo, significa condenar toda a população do  Pará – mais de sete milhões de  pessoas -a continuar imersas em altas taxas de violência,  deficiente  educação  e  precário  atendimento médico, mesmo aquelas populações que vivem nas periferias de Belém. Todo mundo sabe que o governo não tem como contemplar  as  demandas cada vez  maiores  por ensino de qualidade,  saúde de qualidade e mínima segurança para o cidadão possa andar sem grandes sobressaltos  em  áreas consideradas hoje de  alto rico, na  capital, como Benguí,  Terra Firme,  Paar,  Icuí  e Cabanagem. Isso para não  falar em Ananindeua, município  da Região Metropolitana de Belém, que figura entre os 30 mais violentos do Brasil. Votar contra Carajás e Tapajós é o  mesmo que votar contra o Pará ou a rasgar dinheiro em praça pública, porque a redivisão do atual território paraense  só vai trazer benefícios para  todos. O principal é o aumento das cotas-parte do ICMS  (Imposto  Sobre Circulação de Mercadorias e  Serviços) para os municípios, e do FPM (Fundo  de Participação dos Estados) para os governos estaduais. Se  me provarem que isso é ruim para pelo menos uma das novas unidades federativas propostas, eu voto contra e faço campanha para  que  votem  pela permanência  do Pará do jeito que está”.

Foi com esta mensagem que o deputado João Salame Neto (PPS), presidente da Frente Parlamentar Por Um Pará Mais Forte,  despediu-se dos alunos das Faculdades Integradas Brasil Amazônia  (Fibra), terça-feira passada, depois de proferir longa palestra  sobre a proposta de criação dos Estados de Carajás  e  Tapajós, que será submetida  a  plebiscito  dia 11 de  dezembro próximo. Salame também  debateu o tema com o seu colega  Edílson Moura (PT), contrário à redivisão estadual e  respondeu a indagações da platéia.

De acordo com  Salame, com a redivisão, o Novo Pará  terá 218.776 quilômetros  quadrados, equivalentes a 17% do território atual (1.247.950 quilômetros quadrados ou 14,7% do território nacional), similar aos dos estados de  Rondônia (237.591  Km2),  de Roraima (224.301 Km2),do Tocantins (277.622  Km2), de São Paulo (248.197 Km2), e do Rio  Grande  do Sul (266.782 Km2). Abrigará  64% da  população atual. Essa redução, segundo estudos exibidos pelo parlamentar traz vantagens administrativas e econômicas inquestionáveis.  “Primeiro, deixa de ser  esse estado de dimensões continentais, e que a sua  capacidade  institucional e financeira são insuficientes. O Novo Pará será ainda  um território considerável, com grandes potencialidades e perspectivas  de  progresso, com uma densidade demográfica de 22,2 habitantes por quilômetro quadrado,  equivalente à média nacional (22,4 hab/Km2).Hoje, a densidade demográfica do Pará é de6.1  hab/Km2, quatro vezes menor que a nacional. O maior adensamento da população  também  refletirá  na dimensão econômica, com viabilidade para muitos empreendimentos, emprego e renda para a população, além de que  propiciará  otimização dos  recursos frente a demandas sociais mais concentradas, sem conflito de  prioridades relativas a  realidades dispares  e distantes. Poderá o governo redimensionar os  investimentos para uma área bem menor que a atual. A atenção  do governo poderá se concentrarem questões que tem reflexo imediato na qualidade de vida  da população, como a melhoria na  educação  pública,  a maior eficácia do serviço de saúde, em especial  os prevenção  de surtos de endemias, a expansão da  cobertura do saneamento  básico, e a destinação adequada dos resíduos sólidos ou lixo.
O Novo Pará ficará com  78 municípios, que vão receber 66% da arrecadação do ICMS., ou  cerca  de  R$ 300 milhões.  Só Belém vai receber mais de R$ 130 milhões.  Neste quisito, o deputado demonstrou que praticamente todos os 144 municípios do atual  Estado do Pará vão sair  ganhando. Como  exemplo: Abaetetuba passará dos  atuais R$ 4.264.413,59/ano para  R$ 7.125.982,00; Barcarena saltará dos R$ 56.979,824,15 para R$ 83.843,998;  Belém, de R$ 186,001.018,32 para R$ 311.117.331,00; Breves, de 4.445.878,00 para R$ 6.974,365,00.  São João da Ponta, que hoje recebe apenas R$  998.054,25 passará a R$ 1.667.783,00. Ananindeua poderá investir  melhor na qualidade de  vida de sua população, pois saltará de R$ 41.010.956,24 para 69.592.034, atrás apenas de Belém e Barcarena.

Esses dados  são do  Idesp  (Instituto de Desenvolvimento Sócio-Econômico do Pará) e  foram produzidos pela técnica Selma   Rodrigues.

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