O presidente da Frente Pró-Carajás, deputado João Salame Neto (PPS), em dois momento distintos, mas com a mesma ênfase e o mesmo vigor, lançou, na quarta-feira passada, um desafio ao presidente da frente contrária à criação de novos estados a partir do atual território do Pará, de 1,2 milhões de quilômetros quadrados. Ao conceder entrevista ao Jornal do SBT, canal 5, a respeito da proposta de redivisão do Pará em três estados - Carajás, Tapajós e o Noo Pará -, Salame sustentou, ao apresentador Elielson Martins, que as três unidades sairão fortalecidas politica e economicamente do professor, embora o Novo Pará, que corresponderá a 17,5% da área atual do estado, possa ter a sensação de perda, porque Tapajós terá 58% e Carajás 25%. "Em compensação, haverá mais recursos para o governo investir numa área menor, podendo fazer um planejamento mais realista", disse o parlamentar.
Casando de ver os adversários distorcerem dados sobre as novas unidades federativas proposta para decisão em plebiscito dia 11 de dezembro, Salame lançou um desafio ao presidente da frente contra Carajás, deputado licenciado Zenaldo Coutinho (PSDB): "Se até o final desta semana, o deputado convencer o governador Simão Jatene, de quem foi o chefe da Casa Civil até pouco tempo, a contratar 1,2 mil policiais para o sul e sudeste do Pará, e pagar a diferença que falta aos professores da rede estadual, para que possam atingir o piso nacional de R$ 1.187,00, não só renuncio a presidência da Frente Pro-Carajás como renúncio ao meu mandato de deputado".
No mesmo tom e com a mesma veemência, João Salame repetiu o desafio à noite, numa palestra que fez no auditório da Federação das Indústrias do Pará, para os alunos de Administração da Fepam. E fez mais: aproveitando a presença do deputado Celso Sabino 9PR), que integra a frente do Contra, João Salame pediu que o seu colega de Assembléia Legislativa (Alepa), levasse o desafio a Zenaldo Coutinho.
"Fiz isto para mostrar que não tenho medo de dar minha cara a bofetada. E porque sei que não há como o governador Simão Jatene, um homem sério como se sabe, mesmo que queira, contrate esses policiais que precisamos no sul e sudeste do Pará; ou que possa dar o aumento que os professores tem direito. E não o faz porque é um homem mau, mas porque o Estado não tem dinheiro ou porque esbarrar na Lei de Responsabilidade Social. Não adianta ficarmos aqui enganando o povo, dizendo que vamos fazer isso e aquilo porque não há recursos. A capacidade de investimento do governo estadual é muito pequena e os problemas são muito grandes. Só mesmo com a criaçao de novas unidades federativas é que vamos fazer frente a essas demandas. Não vamos resolver, mas vamos minimizar o sofrimento da população que vive historicamente esquecida. Não é porquutra razão que nem o governador Almir Gabriel nem o Jatene no mandato anterior e nem a governadora Ana Júlia não deram o aumento dos professores. Foi porque não tinham como dar. Este estado está quebrado, com uma capacidade de investimento de apenas R$ 178 milhões este ano. Com os novos estados, o Novo Pará terá 15 vezes mais capacidade para melhorar a educação, a saúde e os transportes. Os outros estados - Carajás e Tapajós- também vão ganhar, embora em menor proporção.
Tanto na televisão quanto na palestra para os estudntes de administração, João Salame também critiou a frente do não por tentar confunir os eleitores quando afirma em seus programas no horario eleitoral do TRE no rádio e na telvisão, que a cota do Pará no Fundo de Participação dos Municípios - hoje menos de R$ 3 bilhões - vai ser divida com Carajás e Tapajós. Salame demonstrou que, ao contrário, a divisão vai fazer o fundo injetar mais recursos na região do atual estado do Pará. Hoje, segundo ele, o bolo do FPE é dividido por 27 estados, mas passará a ser dividida por 29 com a criação de Carajás e Tapajós. "Portanto, a região vai receber, ao invés de R$ 2,9 milhões, R$ 5.9 milhões. O Pará perderá R$ 300 milhões, mas economizará R$ 1,5 bilhão que é o que investe no Sul e Sudeste e no Oeste do Pará. Assim, terá um ganho extraordinário de R$ 1,2 bilhão".
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