Salame enfrenta Puty na UFPA

A aproximação do plebiscito, marcado para 11 de dezembro próximo, sobre a proposta de criação dos Estado de Carajás e Tapajós, a partir do atual território do Pará ( 1,2 milhão de quilômetros quadrados), promete intensificar o interesse popular pela questão. Além do debate que fará hoje na OAB-PA, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas, o deputado João Salame Neto,  líder do PPS na Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), irá também, hoje, à Universidade Federal do Pará (UFPA), às 9h, no audiotório do ICJ, a convite da União Acadêmica Paraense (UAP) e da União Nacional dos Estaduantes. Fará um debate acercado tema Divisão do Pará, tendo como contenedor o deputado federal Cláudio Puty (PT).

Mas é bom que se diga, desde já, que nem João Salame, nem Puty vão estar representando os seus respectivos partidos. No PPS, por exemplo, há parlamentares que são contra a divisão do Pará, e há os que são a favor. No PT é a mesma coisa. O grosso das bancadas estadual e federal é a favor da criação dos dois estados. Só para citar alguns nomes: Bernadete Ten Caten, Airton Faleiro são a favor. Ela tem interesses eleitorais no sul e sudeste, que formarão o estado de Carajás; ele, no Oeste, que deverá resultar o Tapajós.

Salame é a favor porque está convencido que a criação de novas unidades federativas vai levar o governo para mais perto da população; maior distribuição de renda, mais serviços médicos, na educação e segurança pública. Cita sempre o casos dos estados recém-criados que, embora permaneçam ainda pobres, não querem voltar à sua condição anterior. 

Esses debates, na opinião de João Salame, além de esclarecedores, porque derrubam mitos acerca do assunto, servirão para que os paraenses da Região Metropolitana conheçam mais a realidade de seu próprio Estado. "Nem que o governador ,seja ele quem for, queira resolver os problemas das regiões afastadas de Belém, não terá meios para fazê-lo. Vai esbarrar na lei de responsabilidade fiscal, na falta de recursos. Os novos estados vão ganhar mais musculatura política, para trazer mais recursos para os três estados e uma tremenda representação parlamentar em Brasília, Teremos o mesmo número de senadores que tem o Nordeste brasileiro. Não nos adianta um território gigantesco, que cabe São Paulo, Minas, Paraná e Rio de Janeiro, se não temos como gerenciar esse patrimônio", afirma.

Ex-líder estudantil e militante de esquerda desde a mais tenra idade, João Salame debulha tantos argumentos a favor dos novos estados, que é capaz de convencer  até os mais renitentes defensores da manutenção do Pará grande e, historicamente,  vazio de governo. Por isso, o debate com Puty promete ser muito acalorado e farto de informações novas sobre a viabilidade ou não das duas unidades federativas.