Fonte: Jornal Gram-Pará
Pior que a morte de nove pessoas, vítima de uma colisão entre um ônibus fretado para a Prefeitura de Tailândia, para transportar pacientes renais, para fazer hemodiálise em Belém, e um caminhão chapado de bubinas de aço, é certeza que outros tantos ainda morrerão até que os responsáveis pela manutenção da pista de rolamento da Alça Viária, um conjunto de rodovias e pontes que dão acesso ao Sul do Pará desde a capital Belém, resolvam tapar pelo menos a metade dos buracos existentes. Não se pode pensar em solução definitiva, pois seriam necessários uns R$ 300 milhões, para a obra. O governo do Pará teve um pouco mais que a metade dessevalor para investimento em todo o território paraense… Se não pedir ajuda federal, não teremos mais estradas em pouco tempo.
Na semana passada, dois deputados insuspeitos, por serem da base de sustentação do governo – Cássio Andrade(PSB) e João Salame (PPS) – e, realmente serem responsáveis, sérios em seus posicionamentos, denunciaram o péssimo estado das estradas paraenses. Cássio Andrade relatou o que viu de absurdo num giro que fez pelo Sul e Sudeste do Pará. João Salame, que mora em Marabá e sempre está trafegando pela PA-150 e Alça Viária, disse também que a situação é precária.Ambos apelaram ao governador Simão Jatene para que determine uma ação imediata da secretaria de Transportes, a fim de amenizar o problema e evitar acidentes como o que ocorreu ontem, no quilômetro 20 da Alça Viária.
Está na hora de o Ministério Público, estadual ou federal conforme o caso, sair por aí interditando essas rodovias imprestáveis, assassinas, para que os gestores sejam obrigados a mantê-las em bom estado. Isso não é difícil. O Estado do Tocantins, como disse o deputado João Salame, muito mais pobre que o Pará, tem uma malha viária impecável, de 22 mil quilômetros.
No caso da Alça Viária, o projeto foi de afogadilho e apresenta muitos problemas, como a falta de drenos nas áreas baixas – só agora estão colocando, perto da primeira ponte indo de Belém -, falta de acostamento, como em todas as estradas pavimentadas pelos tucanos, falta de sinalização na pista de nas laterais; falta de informações sobre quilometragem, município a que pertencem as localidades, falta de avisos etc. Para quem visita o Pará,essas estradas são horrorosas, perigosas e inesquecíveis: por elas, eles nunca mais vão querer passar. Só continuam passado os passageiros de ônibus e caminhoneiro que não tem alternativa. E ainda se fala em atrair turistas… Tenha paciência!
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