segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Salame participa de debates sobre a criação dos estados de Carajás e Tapajós


Os novos estados – Carajás e Tapajós, serão criados a partir do território atual do Pará, de assim for decidido em plebiscito marcado para 11 de dezembro, e o resultado for referendado pela Assembléia Legislativa-, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma. É o longo caminho, por isso  a necessidade dos debates e das  campanhas elucidativas, para  que população chegue às  urnas com o mínimo de  consciência acerca do assunto.
Na última semana, o deputado João Salame Neto, líder do PPS na Assembléia Legislativa  do Estado do Pará  (Alepa) e presidente da  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI),  que investiga o tráfico humano no Pará, participou de três debates sobre Carajás e Tapajós, realizados na capital paraense, um nas Faculdades Ipiranga, ao lado do deputado Celso Sabino (PR), de uma das frentes do NÃO; outro promovido pela  União Nacional do Estudantes (UNE) e União Acadêmica Paraense (UAP) debatendo com o deputado federal Cláudio Puty (PT), e o último, na sede da OAB, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Pará, com a presença dos deputados Zenaldo Coutinho (PSDB) e Edmilson Rodrigues (Psol). 
O parlamentar de Marabá abasteceu o público com texto, gráficos, artigos e uma gama variada e confiável de informações, chegando a distribuir estudos até de pesquisador  que é contra a redivisão, mas reconhece que os dois estados podem ser economicamente viáveis e que o Novo Pará  ou Pará  remanescente (17% do território atual) terá muito a lucrar com a redivisão.
Na Universidade Federal do Pará, Salame refutou com veemência a tese segundo a qual quem quer  a  criação dos novos estados são os latifundiários, os grileiros, as grande mineradoras e as  elites. “Pelo contrário, essa gente é que não quer a  presença do Estado, para continuar agindo impunemente. Seus filhos estudam nas grandes capitais do Brasil, não precisam de melhores escolas, faculdades e  cursos técnicos no sul e sudeste do Pará; quando adoecem,  se estão no Pará, fretem um avião e vão para  os  melhores hospitais do Brasil e até do exterior. Quem precisa da presença do  Estado, repito sempre isso, são as pessoas socialmente carentes, que hoje  não tem acesso a quase nada.  As escolas não funcionam, os  hospitais deixam morrer crianças na porta, a  polícia não dá segurança alguma e as estradas são uma seqüência de atoleiro ou um poeiral medonho. Quem precisa da presença do Estado, morre  antes de alcançá-la. O crime de pistolagem, a grilagem de terra e madeira se beneficia dessa ausência. Agora, se me mostrarem que essa realidade vai mudar, que o povo historicamente abandono  vai ter acesso aos serviços que compete ao Estado proporcionar, mudo de  posição”.
Salame  mostrou, ainda na UFPa,  que a  criação de novos estados vai fortalecer politicamente a  região e exibiu editoriais dos  jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de São Paulo, contra a criação de Carajás e Tapajós, porque isso vai forçar um equilíbrio melhor das forças políticas e na distribuição dos recursos constitucionais e  voluntários da União.  Mexe com o Fundo de Participação dos  Municípios  e, por  todas as hipóteses, melhorará a vida de  quem mora nas áreas a serem emancipadas.
O deputado federal Cláudio Puty elogiou a coragem e a disposição de Salame em defender uma tese no campo  francamente  adverso. E arrematou dizendo que "ele tem argumentações muito fortes".
Na OAB, o parlamentar trilhou a  mesma linha e  também entregou cópias de estudos encomendados pelo Senado Federal, que desautorizam um  técnico do Instituto de Econômica Aplicada (Ipea) a divulgar como desse órgão um relatório  precário do começo do ano, que aponta Carajás  e  Tapajós como deficitários.
Salame acabou fazendo uma explanação técnica, que deveria caber ao economista Célio Costa, autor do estudo de  viabilidade econômica de Carajás, todavia este ficou retido em  Goiânia, por falta de avião para Belém. Participaram ainda do debate os professores Edyr Veiga  e Roberto Corrêa, cientistas políticos; e  Manoel Dutra, mestre em Comunicação.

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