Logo depois de participar do Programa Argumento, comandando pelo jornalista Mauro Bonna, na Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), o deputado João Salame Neto (PPS), recebeu inúmeros chamados telefônicos, para cumprimentá-lo por seu excelente desempenho na defesa da criação do Estado de Carajás. Salme é o presidente da Frente Por um Pará Mais Forte, registrada no Tribunal Regional Eleitoral para conduzir a campanha do SIM, com vistas ao plebiscito marcado para 11 de dezembro próximo. No programa da noite desta segunda-feira, que teve quatro blocos de 12 minutos cada, também foram entrevistados os deputados José Megale (PSDB), representando a Frente Parlamentar que defende a criação do Estado do Tapajós; o seu colega Eliel Faustino, que é da frente contra a criação do Estado do Tapajós e o deputado federal Zenaldo Coutinho, da frente contra a criação de Carajás.
O primeiro entrevistado da noite foi Megale. Ele mostrou que emancipação do Oeste do Pará é um antigo sonho, que vem desde 1854, quando pioneiros na ocupação do Centro-Oeste e parte da Amazôniase sentiram desamparado pelo governo central. Esse desejo apenas se consolidou com o passar dos anos. Para fazer o contraponto, Mauro Bonna entrevistou Eliel Faustino, que também mostrou as razões pelas quais o Pará não deve ser dividido. Disse que os dois maiores estados da Amazônia, justamente o Amazonas e o Pará, pela ordem de grandeza territorial, detém os maiores PIBs ( Produto Interno Bruto) da região, enquanto os estados menos – bem menores, mesmo, como Amapá, Rondônia, Acre e Roraima, são conhecidos pelas suas dificuldades financeiras, ausência de serviços públicos etc. Isto, no entender do parlamentar de Ananindeua, derrubaria a tese emancipacionista segundo a qual émais fácil governar um território pequeno, que numa extensão do Pará, com mais de 1,2 milhões de quilômetros quadrados.
João Salame foi o terceiro entrevistado, conforme um sorteio realizado pela produção do programa, minutos antes de Argumento entrar no ar. E deu seu recado com competência e firmeza. Salame exibiu até um estudo, feito pelo Idesp (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará), que demonstra a viabilidade econômica dos futuros estados de Carajás e Tapajós; demonstrou que todos os municípios que ficarem no que chama de Novo Pará, uma área de 17%do atual território paraense, vão ser beneficiados porque o governo terá mais recursos para investir. Também foi enfático ao desmontar a tese de que só aventureiros e forasteiros tem interesse na criação dos novos estados. João Salame disse que é paraense e a Frente conta ainda com outros paraenses, como os deputado Tião Miranda, Parsifal Pontes e Waldenkolk Gonçalves, além de vereadores e empresários que vivem em Marabá.
João Salame estava com todas as respostas na ponta da língua, não dando margens para interpretações duvidosas em relação às vantagens propiciadas pela criação dos novos estados. Citou o caso dos estados criados a partir de um estado-mãe, como Mato Grosso do Sul e Tocantins. “Mato Grosso do Sul era a parte mais rica e quis se emancipar. Mato Grosso reclamou bastante da divisão, mas hoje é maior rico que o Mato Grosso do Sul. O Tocantins fica numa região, chamada Bico do Papagaio, que era mundialmente conhecida pela violência que ali imperava, havendo registro da morte inclusive de religiosos, como o padre Jósimo Tavares. Depois que se emancipou, com a chegada do Estado, não se ouviu mais falar em crime de pistolagem. O Tocantins não é uma Califórnia, mas nem sonha em voltar a ser Goiás e Goiás quer seguir sem os encargos que Tocantins representaria numa possível reanexação. Vai ser a mesma coisa no Carajás e no Tapajós. Os governantes vão ter mais recursos, nós vamos ter melhor representação política para ir buscar investimentos federais e a qualidade de vida de todos vai melhorar consideravelmente”.
Salame lembrou que, com a configuração administrativa atual, o governo não tem como fazer frente às demandas sociais, sempre crescentes. “Não adianta esperar que o governo vá resolver esse problema, porque não tem como. Se contratar mais recursos humanos para as regiões mais afastadas, vai esbarrar na Lei de Responsabilidade Fiscal; se remanejar o pessoal que trabalha na região metropolitana e próximo a Belém, vai ter problemas. Os novos estados vão oferecer pelo menos 20 mil novos empregos que serão ocupados, certamente, por jovens da região de Belém, que é onde existem universidades”.
O primeiro telefonema que recebeu foi do superintendente regional do Trabalho, Odair Corrêa, que também é ex-vice-governador do Pará e um dos pioneiros na defesa da criação do Estado do Tapajós. Daí em diante, foi uma série interminável de ligações, todas para parabenizar o deputado pelo brilhantismo da sua exposição.
Além do deputado marabaense, presidente da Frente Pró-Carajás, também foram sabatinados no programa Argumento os deputados José Megale (PSDB), pró-Tapajós; Eliel Faustino (PR), contra Tapajós: e Zenaldo Coutinho (PSDB), contra Carajás.
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