sexta-feira, 11 de maio de 2012

Enfermeiros lotam auditório da Alepa para sessão especial


Nem a greve  dos rodoviários da Grande Belém, em seu segundo dia, evitou uma participação maciça dos enfermeiros da capital e do interior na sessão especial realizada nesta  quinta-feira 9, no auditório João Batista, da Assembléia Legislativa do Pará (Alepa). A  sessão  foi uma iniciativa do deputado João Salame Neto (PPS),  mas foi aprovada à  unanimidade no plenário, para discutir  a fixação do reajuste e o  piso  salarial da categoria, assim como a redução  da  jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais, conforme a PEC  que tramita no  Congresso Nacional .

Salame destacou que a saúde é,  hoje, um dos maiores problemas do Brasil  e que é necessário  dotar a  categoria dos enfermeiros de  condições de trabalho. “Eles tem dificuldades que saltam aos olhos”.  Observou que a jornada de trabalho de 30 horas  semanais é  uma tendência mundial, inclusive nos países   ricos, pois faz com que o  trabalhador renda  mais, tenha mais tempo para si próprio e abre possibilidades de novas contratações.

Salame  disse que a matéria é de  competência federal  e que a Alepa não pode legislar sobre ela, mas se comprometeu a apresentar uma moção  de apoio à PEC, referendada por todos os deputados paraenses.  Garantiu que todas as entidades ligadas à questão do trabalho,  como OIT  (Organização  Internacional do Trabalho)são favoráveis à  redução da jornada.

A presidente do Senpa, Antônia Trindade Valente, ressaltou que os enfermeiros estão doentes e estressados devido à baixa qualidade de vida imposta pelo intenso ritmo de trabalho. Ela lamentou a ausência de representantes do governo do Estado, na sessão, e ameaçou a realização de uma greve de fome dos enfermeiros, em frente à Alepa, como parte da luta nacional pela aprovação do projeto de lei que reduz a carga horária, em tramitação no Congresso.
“Os enfermeiros não suportam mais essa jornada de 40 hoas e nem os baixos salários”, destacou asindicalista.

O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) manifestou solidariedade à luta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará (Senpa), que reivindicam melhorias salariais e a redução da carga horária da categoria, das atuais 44 horas para 30 horas. O assunto é alvo de uma campanha nacional, que foi debatida em sessão especial da Assembléia Legislativa do Pará, nesta quinta-feira, 10, no auditório João Batista.

Edmilson criticou a falta de políticas de saúde dos governos federal e estadual, que acarretam no aumento do fluxo de pacientes em Belém, sobrecarregando o atendimento do Sistema Único de Saúde na capital paraense. Ele lembrou que a primeira vítima da gripe H1N1, no Pará, foi uma enfermeira, que adoeceu no trabalho e depois contaminou os filhos. As crianças sobreviveram. Além dos riscos da profissão, o psolista apontou que os enfermeiros são indispensáveis à saúde, seja nos hospitais públicos ou privados, ou no Programa Saúde da Família. Ele foi intensamente aplaudido.

Em seguida, outros representantes  de regionais  se manifestaram, como a prefeita do Acará, Francisca  Martins,que é enfermeira de  profissão, Dadison Oliveira, secretário de  Saúde  de Porto de Moz, a capitã de  corveta, Rosilda Santos, representando o Hospital Naval,  Ivo Borges, da Força  Sindical,além dos deputados  Carlos Bordalo e  Alfredo Costa, ambos do  PT.

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