quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Salame defende Novo Pará como indutor do desenvolvimento regional


O deputado João Salame Neto (PPS) deu, nesta  quarta-feira 19, mais uma demonstração de que a sua indicação para presidir a frente parlamentar “Por Um Pará Mais Forte”, foi acertada.  Esta frente parlamentar defende a criação do Estado de  Carajás, a partir do atual  território do Pará, e  advogada  também, por analogia e coerência, com a mesma  veemência,  a criação do Estado  do  Tapajós.  O pleito, de fato, requer competência, o dom da palavra e amor pela  causa -  qualidades que João Salame esbanja a toda hora. Mas com a argumentação quase didática que exibe acada  entrevista, debate ou discursos no plenário da Assembléia Legislativa, João Salame se convence de que está alcançando mentes e corações do povo do Pará, notadamente da região metropolitana de Belém. 

Sem exibicionismo, mas convicto de estar ajudando a produzir um momento histórico excepcional, capaz  de alterar para melhor tanto a qualidade de vida na região compreendida pelos três pretrensos novos estados  - com cerca  de 1,2 milhões de quilômetros quadrados, e  7,5 milhões de pessoas, João Salame foi o entrevistado desta quarta-feira 19, pela apresentadora do Jornal Liberal  1ª Edição (JL1), Priscila Castro, na TV  Liberal, sobre a questão das novas unidades federativas. Ele expôs argumentos devastadores às teses utilizadas pelos defensores da permanência do Pará  tal  e qual é hoje: um território quase continental, rico em minérios, recursos hidrícos, biodiversidade, recursos florestais  etc, mas com um povo pobre, desasistido, principalmene nas áreas que querem se emancipar.

Ao  ser  indagado  por que defende a  criação de  Carajás, João Salame demonstrou,  com  dados  oficiais do  Governo do Pará (estudos  feitos pelo Instituto  de  Desenvolvimento Econômico e  Social do  Pará, o  Idesp), que  todas as  regiões  sairão lucrando com a criação de dois novos estados. O Novo Pará,  porque vai ficar com mais recursos para investir em infraestrutura e serviços numa área de apenas 17% do seu território atual;  Carajás e Tapajós, porque receberão mais recursos federais previstos na Constituição (leia-se Fundo de  Participação  dos  Estados, o FPE), assim como os municípios receberão  mais recursos oriundos do  Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).  Há casos em que os repasses do ICMS praticamente  dobram. Então,de acordo com o deputado, a  questão econômica estará bem equacionada.

De acordo com João Salame, o Pará recebeu em 2010 algo em torno de cerca de R$ 2,9 bilhões de FPE, e gastou gastou R$ 1,5 bilhão em manutenção da máquina e investimentos nas regiões do Tapajós e Carajás, segundo dados extraídos do Balanço Anual do Governo do Estado. Com a criação divisão, o Novo Pará diminuiria seu FPE para cerca de R$ 2,6 bilhões, conforme levantamento feito com base nos critérios fornecidos pelo Tesouro Nacional. "Ou seja, perderia R$ 300 milhões, mas deixaria de gastar R$ 1,5 bi com Carajás e Tapajós. Só nessa equação,  o Novo Pará ganhará cerca de R$ 1,2 bilhão, seis vezes o que o Pará atual tem para investimento esse ano. E diga-se, para administrar uma área muito menor. No caso do ICMS, os municípios do Novo Pará arrecadam hoje 66% do total e só recebem 50%, segundo dados do Idesp. Com a redivisão, os 78  municípios do Novo Pará receberiam a mais, por ano, aproximadamente R$ 300 milhões. " Só Belém vai receber R$ 130  milhões a mais por ano. É dinheiro que hoje o Pará não tem pra investir. Isso representa mais escolas, mais professores, mais hospitais, mais asfalto, melhoria salarial para o funcionalismo, etc. É mais qualidade de vida para o povo do Novo Pará".

O deputado salientou ainda que a redivisão será boa também para Carajás e Tapajós. Só de FPE cada novo estado terá no mínimo R$ 1,7 bilhão. É mais que o dobro do que o Pará investe hoje nas duas regiões. Sem falar a arrecadação de ICMS, IPVA, IPI, Fundeb, SUS, etc. Esses números jogam por terra o argumento que apontam os novos estados como são inviáveis, assinalou o parlametar ao responder a uma provocação da entrevistadora, de que os novos estados seriam, segundo um estaudo do IPEA, deficitários. "Esse estudo não existe. O que existe  é a opinião de  um técnico do  IPEA, sem fundamentação alguma", afirmou.  

O deputado Joao Salame ainda argumentou, o  Estado estará mais  perto da população mais carente. Com a construção de  novos hospitais públicos estaduais nas novas unidades federativas,  o sistema de  saúde da Região Metropolitana de Belém será desafogado; a população, por  outro lado, poderá contar  com   mais segurança.

O deputado citou  que hoje é impossível  atender o  sul e sudeste do Pará com mais policiais, porque o governo esbarra na Lei de Responsabilidade  Fiscal. "A  solução é deslocar policiais da  região de Belém para o sul e  sudeste. O  povo da capital  vai aceitar isso, se, mesmo havendo uma enorme  disparidade  a  seu favor,  já  não há  segurança  suficiente?” Belém e região contam com  um policial para cada grupo de 240 pessoas. Na região de  Carajás, é um policial para cada  grupo de 720. Com a  criação do Estado de Carajás, haverá concurso para criar o efetivo policial e  seguramente a  violência  que campeia naquela parte do Pará  há que ter fim.  “Quando  criaram o  Estado  do Tocantins, a  região do Bico do Papagaio era  famosa no  Brasil  por ser  a  mais violenta do  país. Matavam padre, freiras, sindicalistas, advogados, enfim, toda  aquela liderança  que  se opusesse aos poderosos. Depois da  criação do Estado do Tocantins não se  falou mais em mortes naquela  região. É porque o Estado se fez presente,  não só com mais polícia, mas  com mais educação,  mais oportunidade de emprego. Não havia sequer um universitário ali,hoje são mais de 20 mil. Assim vai ser no  Carajás”.

Outro  ponto alto da entrevista de  João Salame ao JL1  foi quando mencionou,  para desmistificar  a  ideia de que só  forasteiros  querem a criação de  Carajás, que nasceu no Pará,é  filho de pai paraense nascido em Belém, e  de mãe paraense nascida em Igarapé-Açu; sua  mulher, Bia Cardoso,é  paraense de Marabá, e seus filhos são todos  paraenses. “Não é essa  a questão  em  causa. O que esta  em causa é o abandono  das populações dessas regiões que querem se  emancipar, não por perversidade dos governantes  do Pará, mas por falta de capacidade  financeira e  econômica  para  atender as necessidades  mais primordiais dessa gente”,  afirma  Salame.

O  deputado, segundo entrevistado da  série – o primeiro foi Celso Sabino, da frente  defensora do  Não à criação dos novos estados - deixou um desafio  aos  integrantes  de frentes  antagônicas ao SIM:  que apresentem estudos, demonstrando como o governo resolverá  o problema das regiões  que integram os futuros novos estados. Questionado quanto ao fato de Carajás e Tapajós  ficarem com  as maiores riquezas do Pará  no  momento  -  minérios e hidrelétricas e todo o potencial  hidrelétrico, João  Salame lembrou que empresas  mineradoras, como a  Vale do Rio Doce, não  pagam nada de impostos ao Estado,  isentas que  são pela Lei Kandir, e disse que se minério fosse fato de riqueza  local, a África  seria o continente mais rico do mundo, pois tem  as maiores reservas minerais do planeta,  e  o Japão, sem nenhum minério  - a  não ser pedregulhos – seria o país mais pobre do mundo, e é a terceira economia mundial, ultrapassado  recentemente pela China, que leva boa parte do minério que precisa, aqui mesmo do Pará, mais precisamente da  região de Carajás.

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