Depois de um dia bastante corrido, na quarta-feira passada, o deputado João Salame Neto, líder do PPS na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa), seguiu para Marabá e hoje deveria ir a Xinguara, participar de mais um comício em defesa da criação do Estado de Carajás, porém, segue para Itupiranga a fim de promover uma palestra sobre a criação dos novos estados. Ele preside a Frente Por um Pará Mais Forte, registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), conforme a legislação em vigor, para defender a criação de Carajás. Salame é um dos entusiastas da idéia, por ver nesse mecanismo a única alternativa para um desenvolvimento regional compatível com a importância da região para a economia nacional.
O Pará é um dos principais estados exportadores (de matéria prima) do país, principalmente minerais, extraídos no complexo da Serra dos Carajás, porém, é penalizado pela Lei Kandir, que desonera as exportações, para que esses produtos ganhem competitividade no mercado internacional. Considera também que dividido o atual território do Pará em três unidades federativas, a região ganha mais representatividade política, igualando-se em número de senadores ao Nordeste Brasileiro. Isso implica em novo arranjo federativo e representa deslocamento de recursos financeiros do sul e sudeste para a Amazônia.Segundo ele, esta é a razão da imprensa nacional se posicionar contra.
João Salame já participou de inúmeros debates sobre a questão e está cada mais convencido de que esta é a melhor opção. “Fronteira não significa nada para a população, que poder continuar indo e vindo. Os três estados vão ganhar mais força política e econômica. O povo vai sentir a presença do estado em lugares onde hoje há abandono. Foi assim nos outros estados que se criaram, a partir de Goiás (Tocantins) e Mato Grosso (Mato Grosso do Sul) e do próprio Pará (Amapá). Todos os estudos apontam que será bom para os três estados. Se fosse ruim para o Novo Pará, que surgirá com uma área menor (17% da atual), mas com mais de 75% do PIB atual para aplicar em um território menor, eu seria o primeiro a ser contra”, analisa o parlamentar.
A falta de segurança pública no Pará voltou a ser tema nas manifestações de vários deputados, nesta quarta-feira, na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa). Em aparte concedido pelo deputado Milton Zimmer, que criticava a postura do governo diante do episódio envolvendo uma adolescente na Colônia Agrícola Heleno Fragoso, em Santa Izabel, o deputado João Salame disse que esta é mais uma razão para que, no dia 11 de dezembro, a população paraense aprove no plebiscito a criação dos Estados de Carajás e Tapajós.
Salame pediu o aparte depois que o seu colega revelou que “na região de Carajás existe pouco mais de 2.000 policiais, o que representa um policial para cada grupo de 776 habitantes. Um déficit de 1.115 policiais. Em Belém, o efetivo passa dos 6.500 policiais para atender um grupo de 207 habitantes”. João Salame observou, porém, que, mesmo que o governo atual ou qualquer outro, quisesse elevar o número de policiais tanto na Região Metropolitana de Belém quanto no Sul e Sudeste, esbarraria na Lei de Responsabilidade Fiscal. Nessas duas regiões, que querem se emancipar para formar o Estado de Carajás, vivem mais de 1,5 milhão pessoas que precisam de mais proteção”, assinalou Zimmer, evocando até a Constituição.
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